Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

As Duas Velhinhas

O texto a seguir chama-se "As Duas Velhinhas", de Cecília Meireles. Encontra-se no livro de poesias infantis da autora chamado "Ou Isto Ou Aquilo".
Não pode faltar em nossa estante pessoal...

Duas velhinhas muito bonitas,
Mariana e Marina,
estão sentadas na varanda:
Marina e Mariana.

Elas usam batas de fitas,
Mariana e Marina,
e penteados de tranças:
Marina e Mariana.

Tomam chocolate, as velhinhas,
Mariana e Marina,
em xícaras de porcelana:
Marina e Mariana.

Uma diz:"Como a tarde é linda,
não é, Marina?"
A outra diz: "Como as ondas dançam,
não é Mariana?"

"Ontem, eu era pequenina",
diz Marina.
Ontem, nós éramos crianças",
diz Mariana.

E levam à boca as xicrinhas,
Mariana e Marina,
as xicrinhas de porcelana:
Marina e Mariana.

Tomam chocolate, as velhinhas,
Mariana e Marina,
em xícaras de porcelana:
Marina e Mariana.



Toda vez que leio esse texto, devido ao ritmo que a autora deu ao poema, tenho a nítida certeza de que Marina e Mariana estão sentadas em cadeiras de balanço.

Vocês têm a mesma sensação?


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